Caracterização da Vegetação Nativa

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Esta página contém conteúdo de alguns trabalhos distintos:

A. Resumo do levantamento florestal realizado entre junho e outubro de 2010 pelo Núcleo de Pesquisas em Florestas TropicaisOriginal completo aqui.

B. Resumo do Levantamento da Cobertura Vegetal Nativa do Campus Sul da Ilha da UFSC, junto à Fazenda Experimental da Ressacada (CCA/UFSC) realizado em de 2012 pelo Núcleo de Pesquisas em Florestas TropicaisOriginal completo aqui.

C. Dados de levantamento de plantas forrageiras desenvolvido em 1998 por Gilmar Borsoi (CCA/UFSC). Original aqui.

D. Levantamento florístico de vegetação herbácea da área de bovinocultura: Florística e fitossociologia de um campo pastejado na Fazenda Experimental da Ressacada, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Desenvolvido pelo Departamento de Botânica (CCB/UFSC) realizado em 2016. Também disponível original aqui.

A. Levantamento da Cobertura Vegetal Nativa da Fazenda Experimental da Ressacada (UFSC)

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Resumo do Levantamento florestal realizado entre junho e outubro de 2010 pelo Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais.

1.INTRODUÇÃO

Aproximadamente 23,39 ha da Fazenda Experimental da Ressacada é de vegetação nativa (Floresta Ombrófila Densa) e 28,89 ha de banhados (manchas de formações pioneiras com influência fluvial) e apenas 69,5 ha de área útil (instalações, áreas de lavoura, áreas de experimentos, etc).

A precipitação normal varia de 1270 a 1600 mm anuais. A média anual da umidade relativa do ar varia em torno de 82%, com insolação total anual de 2021 a 2166 horas. Geadas são raras e as horas de frio abaixo ou iguais a 7,2 são insuficientes para exploração econômica das principais variedades de frutíferas de clima temperado (EPAGRI, 2006).

Na descrição da cobertura original do estado catarinense, realizada por Klein (1978), a formação florestal característica desta região é a Floresta Tropical Atlântica. Segundo Klei (1978), ao longo da encosta atlântica, bem como nas planícies quaternárias, que confinam com a vegetação litorânea, encontra-se uma formação vegetal mais exuberante, mais complexa, formada por diversos agrupamentos distintos, quanto à sua composição, estrutura e, sobretudo quanto ao aspecto fitofisionômico. Pela classificação oficial do IBGE e de acordo com a Lei 11428/ 2006, a Ilha de Santa Catarina está compeltamente no âmbito do Bioma Mata Atlântica e a formação florestal em toda Ilha é a Floresta Ombrófila Densa. É neste contexto que se localiza a presente área de estudo, com presença de planícies quaternárias que são cobertas por um tipo bem característico de mata, bastante uniforme quanto a sua composição, bem como quanto ao seu aspecto fisionômico (Klein, 1978).

Assim, segundo a lei 11.428/2006 e resolução 04/CONAMA/94 (convalidada pela Resolução 388/ CONAMA/ 2007), as áreas de cobertura com remanescentes de Mata Atlântica em estágio sucessional médio e avançada não podem ser suprimidas. Além disso, ás áreas de banhado e margens de cursos dágua devem permanecer como áreas de presernvação permanente (Lei 4771/ 1965 – Código Florestal). Adicionalmente, toda propriedade deve conter 20% de sua área com cobertura vegetal nativa a título de reserva legal (Lei 4771/ 1965).

Neste sentido, este relatório visa apresentar os resultados do levantamente da cobertura vegetal árborea nativa, em termos de padrões vegetacionais e estágios sucessionais. Tais resultados objetivam dar suporte ao plano diretor da Fazenda Ressacada, no sentido de estabelecer finalidades e prioridades de ação para as diferentes áreas da Fazenda Ressacada, considerndo principalmente os fins didáticos pedagógicos e de realização de trabalhos de pesquisas e extensão na Fazenda.

2.OBJETIVOS

  1. Identificação das áreas com cobertura vegetacional árborea nativa;
  2. Estabelecer os padrões de vegetação e definir os estádios sucessionais com base na legislação vigente (Resolução 04/ CONAMA/ 1994, convalidada para Resolução 388/CONAMA/ 2007);
  3. Identificar as principais espécies nos diferentes padrões de vegetação identificados;
  4. Indicar as ações legais e prioridades decorrentes dos resultados obtidos

3.CARACTERÍSTICAS DA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

O termo Floresta Ombrófila Densa (FOD), segundo IBGE (1992) foi criado por Ellemberg & Mueller-Doumbois em substituição ao antigo termo utilizado, Floresta Pluvial.

A Floresta Ombrófila Densa é uma das principais formações que compõem o Bioma Mata Atlântica e se estende por quase toda a faixa litorânea do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Caracteriza-se pela formação de um dossel uniforme quanto a sua coloração, forma das copas e altura, representando uma fitofisionomia muito característica e com poucas variações durante todo o ano (Reis, 1995).

A área de abrangência da FOD está estritamente relacionada com as características climáticas, ocorrendo em locais com temperaturas elevadas (médias de 25 ºC) e elevada precipitação, sendo esta bem distribuída durante todo o ano (IBGE, 2002).

Este tipo de vegetação é caracterizado por fanerófitos, justamente pelas subformas de vida macrofanerófitos, mesofanerófitos que ocupam o estrato médio, além dos megafanerófitos, que ocupam o estrato superior da floresta. Ocorrem ainda lianas lenhosas e epífitos, que diferenciam das outras classes de formações (IBGE, 2002).

A Floresta Ombrófila Densa Aluvial, classificada pelo IBGE (1992) caracteriza-se por ser uma formação ribeirinha que ocorre ao longo dos cursos de água ocupando os terraços antigos das planícies quaternárias. Esta formação é constituída por macro, meso e microfanerófitos, de rápido crescimento e em geral possuem casca lisa, tronco cônico e raízes tabulares. A floresta aluvial apresenta com freqüência um dossel emergente, entretanto, devido a exploração principalmente para fins madeireiros, a sua fisionomia torna-se bastante aberta. É uma formação com muitas palmeiras no estrato intermediário, apresentando na submata nanofanerófitos e caméfitos no meio de plântulas de regeneração natural do estrato emergente. Esta formação é equivalente a formação designada como Florestal Tropical de Planícies Quaternárias, descrita por Klein (1978) no Mapa Fitogeográfico de Santa Catarina. Tal formação é a fitofisionomia predominante nos remanescentes Florestais da Fazenda Ressacada.

Na floresta tropical das planícies quaternárias descritas por Klein (1978) predominam dois grupamentos distintos: O primeiro, com um aspecto mais homogêneo e bastante característico, com abundância de cupiúva (Tapirira guianensis), canela sassafrás (Ocotea pretiosa), canela amarela (Ocotea aciphylla), Olandi (Calophyllum brasiliense) e tanheiro (Alchornea triplinervia), que podem estar entremeadas por figueiras (Ficus spp.) de grande porte. O outro geralmente situa-se nas depressões do terreno, onde há pequenos cursos de água, caracterizado principalmente pela abundância do pau-de-santa-rita (Richeria australis).

Outras espécies características das planícies quaternárias, segundo Klein (1978) são: o pau-angelim (Andira fraxinifolia), canela-sebo (Persea racemosa), o capororocão (Rapanea venosa), e a baga-de-pomba (Byrsonima ligustrifolia). Ainda segundo Klein (1978), no estrato médio destas matas podemos encontrar as seguintes espécies: baga-de-morcego (Guarea lessoniana), cortiça (Guatteria dusenii), seca-ligeiro (Pera glabrata) e também o con-con (Erytroxylum amplifolium).

4. MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente, considerando o croqui fornecido pela equipe técnica da Fazenda Experimental da Ressacada, produzido pela empresa responsável por realizar o levantamento topográfico no local, as áreas com ocorrência de cobertura florestal nativa foram previamente identificadas (Figura 1).

A partir desta identificação foi realizado um caminhamento por todas estas áreas com o intuito de realizar uma estratificação. Através deste caminhamento foi possível estabelecer padrões de vegetação aparente com as mesmas referências para todos os membros da equipe.

Após a definição dos estratos (padrões vegetacionais), foi feito o reconhecimento de todas as áreas dentro da fazenda que continham fragmentos de vegetação nativa, procurando-se checar in loco as informações contidas no mapeamento da cobertura vegetal realizado anteriormente e definir as áreas prioritárias para realização do inventário com o objetivo de caracterização dos padrões de vegetação nativa e estágios sucessionais.

Para caracterização estrutural e florística dos estratos estabelcidos (inventário) utilizou-se o levantamento através da alocação de parcelas de 10 x 10 m, totalizando 100 m² cada parcela. O tamanho das parcelas foi definido em função do tamanho reduzido de vários fragmentos e da alta densidade aparente de indivídios em vários estratos. As parcelas foram distribuídas ao acaso, de forma a obter uma maior representatividade nos diferentes padrões de vegetação pré-estabelecidos. O número de parcelas nos diferentes padrões pode ser verificado na tabela 1.

 

Tabela 2. Número de parcelas e área ocupada nos diferentes estratos de vegetação identificados na Fazenda Ressacada. NPFT/UFSC, 2010.
Estrato Número de parcelas Área total das parcelas
1 6 600 m²
2 3 300 m²
3 6 600 m²
4 8 800m²

 

O levantamento foi realizado individualmente em cada estrato pré-estabelecido, caracterizando-se a altura, o DAP (diâmetro a 1,3 m) e a identificação taxonômica de todos os indivíduos que possuíam DAP ≥ 3cm. A mensuração do diâmetro foi feita com o auxilio de paquímetro florestal, as alturas foram obtidas com o auxílio de régua e estimativas visuais.Para identificação taxonômica foram coletadas excicatas (na maioria dos casos de material estéril) e enviadas ao Prof. Ademir Reis. Parte das determinações foi realizada pelo Biólogo Lucas Milanesi.

Figura 1. Identificação dos fragmentos (1 a 14) a serem amostrados nos quatro estratos (padrões) de vegetação (vermelho – 1; laranjado – 2; verde -3; amarelo 4). (os fragmentos identificados como 7 e 13 foram desconsiderados devido ao fato so primeiro ser composto basicamente por vegetação com predominância de eucalipto e o segundo por ser pequeno demais para amostragem)

Após os levantamentos foram definidos os estádios sucessionais em cada uma dos estratos, bem como realizada a caracterização dos padrões de vegetação em cada um destes, partir da composição florística, densidade e uniformidade. Os estadios sucessionais foram definidos com base no previsto na Resolução 04/CONAMA/ 1994 em termos de DAP média, altura média e Área Basal em cada situação, conforme Tabela 2. Além dos fragmentos estudados uma faixa estreita adicinal acompanhando a estrada na divida noroeste da fazenda também apresenta vegetação nativa com características fitofisionômicas semelhantes ao estrato 1. Esta faixa não foi amostrada em função de suas dimenções não comportarem adequadamente a estrutura de amostragem definida (parcelas de 10x 10m). Também não foi realizada amostragem na área de ¨pastagem¨, localizada próximo a divisa norte (paralela ao aeroporto), onde há ocorrência de vegetação herbáceo-arbustiva, característica de vegetação em estádio inicial de sucessão, uma vez que está área tem siso empregada como pastagem. Contudo, a inexistência de práticas de roçada ou mesmo de uso mais intenso de pastoreio pode levar esta área a recuperar a sua vegetação arbórea em poucos anos.

Tabela 2. Parâmetros quantitativos para classificação dos estádios sucessionais da vegetação nativa em Santa Catarina, conforme a Resolução 04/ 94/ CONAMA.
Estádio sucessional DAP

médio (cm)

Altura média (m) Área Basal (m2/ha)
Inicial até 8 até 4 até 8
Médio até 15 até 12 até 15
Avançado até 25 até 20 até 20

 

5.RESULTADOS

Caracterização Florística Arbórea e arbustiva

Ao todo, foram identificadas 21 diferentes famílias botânicas nos quatro estratos de vegetação da fazenda experimental da ressacada (tabela 3). Em relação à ocorrência das famílias botânicas nos diferentes estratos, observa-se a presença de indivíduos das famílias Erythroxylaceae, Euphorbiaceae, Fabacea, Lauraceae e Mirtaceae em todos os estratos. Houve também uma maior incidência de espécies da família Mirtaceae em todos os estratos.

Ao se tratar especificadamente cada estrato, observa-se que houve uma maior diversificação de famílias nos estratos 1, 2 e 4 (15 famílias), seguido pelo estrato 3 (13 famílias).

Tabela 3. Número de indivíduos por hectare (abundância) por família botânica das espécies determinadas nos quatro estratos de vegetação nativa identificados na Fazenda Experimental da Ressacada. NPFT/UFSC, 2010.
Família
(plantas ha-1)
Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4
Aquifoliaceae 733 567 167 0
Arecaceae 33 33 67 0
Celastraceae 17 67 367 25
Clusiaceae 50 100 0 0
Cyatheaceae 33 467 0 13
Elaeocarpaceae 0 0 17 13
Erythroxylaceae 250 200 267 75
Euphorbiaceae 783 400 200 413
Fabaceae 83 100 17 88
Flacortiaceae 0 0 0 13
Lauraceae 1117 1033 133 100
Melastomataceae 517 0 183 350
Mirtaceae 1350 2433 967 450
Moraceae 0 0 0 13
Myrsinaceae 100 333 33 0
Nyctiginaceae 17 67 0 13
Rubiaceae 0 0 183 38
Salicaceae 0 133 17 175
Sapindaceae 67 33 0 13
Sapotaceae 0 100 0 0
Styracaceae 17 0 0 0
Plantas ha-1
(fam. botânicas)
5167 6067 2617 1788

Na tabela 4 está referenciado o número de indivíduos por espécie encontrado em cada um dos estratos. O número de espécies por estrato variou de 21 (estrato 4) até 43 (estrato 1), ficando, em geral acima de 30 espécies amostradas por estrato. O total de espécies encontradas na Fazenda Experimental da Ressacada foi de 64, considerando todos os padrões de vegetação nativa existentes.

Tabela 4. Número de indivíduos por hectare por espécies por família botânica nos quatro estratos de remescentes florestais nativos na fazenda experimental da Ressacada. NPFT/UFSC, 2010.
FAMÍLIA BOTÂNICA/ESPÉCIE ESTRATO 1 ESTRATO 2 ESTRATO 3 ESTRATO 4
TOTAL DE ESPÉCIES 43 31 32 21
Aquifoliaceae      
Ilex dumosa 17 0 50 0
Ilex micodonta 450 367 33 0
Ilex pseudobuxus 0 67 33 0
Ilex sp. 67 133 50 0
Ilex theezans 200 0 0 0
Anacardiaceae
Schinus therebentifolius 0 0 17 0
Arecaceae
Geonoma sp. 33 33 33 0
Bactris setosa 0 0 33 0
Celastraceae
Maytenus robusta 17 67 367 13
Clusiaceae
Clusia criuva 67 100 0 0
Cyatheaceae
Cyathea delgadii 33 467 0 0
Elaeocarpaceae
Sloania monosperma 33 33 17 13
Erythroxylaceae
Erythoxylum myrsinites 433 200 0 0
Erythoxylum argentinum 0 0 267 63
Euphorbiaceae
Pera glabrata 650 367 67 50
Sinanthes concolor 0 33 0 0
Alchornia triplinervia var. janeirensis 133 0 133 225
Fabaceae
Ormosea arborea 17 0 0 0
Andira fraxinifolia 33 0 0 0
Pithecellobium longsdorffii 0 100 0 0
Inga sessilis 0 0 17 0
Inga uruguensis 0 0 0 13
Mimosa bimucronata 33 0 0 50
Andira fraxinifolia 33 0 0 0
Flacortiaceae
Morfoespécie 1 0 0 0 13
Lauraceae
Ocotea pulchella 1033 967 133 75
Morfoespécie 3 83 0 0 13
Morfoespécie 5 17 33 0 0
Morfoespécie 6 0 33 0 0

Melastomataceae
Miconia ligustroides 467 33 167 175
Morfoespécie 7 0 0 17 0
Miconia sp. 50 0 0 0
Myrtaceae
Eugenia gracilis 0 0 217 188
Eugenia umbelliflora 17 700 150 13
Eugenia uniflora 33 33 67 38
Eugenia sp. 1 17 33 217 0
Eugenia sp. 2 17 0 0 0
Eugenia sp. 3 917 100 133 0
Eugenia sp. 4 117 200 0 0
Eugenia sp. 5 67 733 17 0
Eugenia sp. 6 67 0 0 0
Marlierea sp. 17 0 0 13
Myrceugenia sp. 0 0 0 13
Myrcia sp. 1 33 0 0 0
Myrcia sp. 2 33 0 17 100
Myrcia sp. 3 350 833 17 0
Myrcia sp. 4 17 0 100 25
Psidium catteleyamum 17 100 17 0
Psidium guayava 0 0 83 0
Moraceae
Brosimopsis lactescens 0 0 0 13
Myrsinaceae
Myrsine coriaceae 17 100 17 0
Myrsine cv. Parvifolia 17 33 0 0
Myrsine sp. 67 200 17 0
Nyctaginaceae
Guapira opposita 17 67 0 0
Rubiaceae
Rudgea cf. Jasminoides 0 0 167 38
Psycohtria muda 0 0 17 0
Salicaceae
Casearia cf. decandra 0 133 0 0
Casearia sylvestris 0 0 17 150
Sapindaceae
Cupania vernalis 50 0 0 0
Allophylus edulis 0 33 0 0
Sapotaceae
Pouteria venosa 0 100 0 0
Styracaceae
Styrax leprosus 17 0 0 0
Famílias não determinadas
Morfoespécie 2 17 0 0 0
Morfoespécie 4 250 0 0 0

Os quatro estratos inicialmente determinados (Figura 1) apresentavam as seguintes características fitofisionômicas e florísticas:
Estrato 1: Vegetação nativa em bom estado de conservação, próxima a sede da fazenda. Maior ocorrência de indivíduos das famílias botânicas Mirtaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae, Aquifoliaceae e Melastomataceae. As cinco espécies predominantes foram (todas com abundância superior a 400 indivíduos por ha): Ocotea pulchella, Eugenia sp3, Pera glabrata, Miconia ligustroides, Ilex micodonta e Erythoxylum myrsinites (Fragmenteos 1, 2, 3, 4, 14 e faixa ao lado da estrada que acompanha a divisa noroeste da Fazenda).

Estrato 2: Vegetação nativa com maior ocorrência de indivíduos das famílias Mirtaceae, Lauraceae, Aquifoliaceae, Cyatheaceae, Euphorbiaceae e Myrsinaceae. Apresentava extensões com ocorrência de várzeas e áreas alagadiças. As cinco espécies predominantes foram (todas com mais de 400 indivíduos por hectare): Ocotea pulchella, Myrcia sp3, Eugenia sp5, Eugenia umbelliflora e Cyathea delgadii. (Fragmento 5).

Estrato 3: Vegetação nativa com grande heterogeneidade entre os fragmentos, alguns aparentemente com estrutura arbóreas mais preservada, próxima ao Aeroporto Internacional de Florianópolis. Maior ocorrência de indivíduos das famílias Mirtaceae, Celastraceae, Erythroxylaceae e Euphorbiaceae. As quatro espécies predominantes foram (todas com mais de 200 indivíduos por hectare): Maytenus robusta, Erythoxylum argentinum, Eugenia gracilis e Eugenia sp1 (fragmento 6). Ressalta-se que na extremidade do fragmento localizada entre os limites nordeste e sudeste da Fazenda Ressacada encontra-se a área remanescente com árbórea com melhor estrutura, incluindo árvores de maior porte; esta área deve ser priorizada não ações de conservação, em função de sua estrutura e composição.

Estrato 4: Vegetação nativa com o maior número de fragmentos na área onde aparentemente houve a maior ação antrópica. Maior ocorrência de indivíduos das famílias Mirtaceae, Euphorbiaceae, Melastomataceae e Salicaceae. As quatro espécies predominantes foram (todas com mais de 150 indivíduos por hectare): Alchornia triplinervia var. janeirensi, Eugenia gracilis, Miconia ligustroides e Casearia sylvestris (Fragmentos 8, 9, 10, 11 e 12).
A comparação com as características descritas na literatura para vegetação das planícies quaternárias indica que em todos os estratos houve ação antrópica intensa, possivelmente corte raso e certamente extração seletiva de madeira.

Além disso, no polígono formado entre os estratos 1, 2, 3 e a divida sudeste da Fazenda Ressacada, há uma extensa área com vegetação característica de banhado que deve ser enquadrada completamente como Área de Preservação Permanente (Conforme a Lei 4771/ 1965 – Código Florestal Brasileiro) e, portanto, nenhuma prática que implique alteração da vegetação deve ser realizada nesta área.

Caracterização Estrutural e Estádios Sucessionais

As principais características estruturais dos quatro estratos estabelcidos são apresentadas na Tabela 5, por unidade amostral em cada estrato.

No Estrato 1 o DAP médio foi de 6,6 cm, a altura média foi de 6,4 m e a área basal média foi de 27,7 m2/ha (Tabela 5). O valor obtida para a altura média enquadra este estrato no estádio médio de regeneração, contudo o alto valor da área basal média, decorrente do grande número de indívíduos existente (>6.000 indivíduos por hectare), enquadra o estrato como Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94, Tabela2).

No Estrato 2 o DAP médio foi de 7,2 cm, a altura média foi de 7,5 m e a área basal média foi de 34,7 m2/ha (Tabela 5). O valor obtida para a altura média enquadra este estrato no estádio médio de regeneração, contudo o alto valor da área basal média, decorrente do grande número de indívíduos existente (>6.000 indivíduos por hectare), enquadra o estrato como Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94, Tabela2).

No Estrato 3 o DAP médio foi de 8,9 cm, a altura média foi de 6,9 m e a área basal média foi de 23,8 m2/ha (Tabela 5). O valor obtida para o DAP médio e para altura média enquadram este estrato no estádio médio de regeneração, contudo o alto valor da área basal média, decorrente do grande número de indívíduos existente (>2.800 indivíduos por hectare), enquadra o estrato como Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94, Tabela2). Neste estrato chama aenção a grande variação existente nas diferentes unidades amostrais, refletindo a variação existente nos fragmentos que o compõem.

No Estrato 4 o DAP médio foi de 14,6 cm, a altura média foi de 7,7 m e a área basal média foi de 32,7 m2/ha (Tabela 5). O valor obtida para o DAP médio e para a altura média enquadram este estrato no estádio médio de regeneração, contudo o alto valor da área basal média enquadra o estrato como Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94, Tabela2). Também neste estrato há grande variação entre as unidades amostrais, principalmente em decorrência do estrato ser composto por vários fragmentos diferentes, vários de pequenas dimensões.
Na realidade, os valores de área basal média enquadram todos os estratos em Estádio Avançado de Regeneração, principalmente em decorrência do grande número de indivíduos existentes nos fragmentos. Ainda que os valores de erro amostral se mostrem elevados em todos os estratos, principalmente para área basal, os valores obtidos nas unidades amostrais são consistentemente superiores a 20 m2/ ha.

Apenas em três casos as unidades amostrais mostraram valores de área basal inferiores a 20 m2/ ha: unidade amostras 8.2 no estrato 4, unidades amostrais 6.4 e 6.5 no estrato 3. No primeiro caso a vegetação ainda seria classificada como estádio avançado e nos outros dois como estádio médio, o que não traria implicações diferentes em termos de uso e conservação. Assim, uma amostragem maior não alteraria as conclusões e recomendações deste relatório.

Desta forma, de acordo com a Resolução 04/CONAMA/1994, nenhuma das situações se enquadra em estágio inicial de regeneração, portanto, nenhuma supressão de vegetação pode ser realizada em nenhum dos remanescentes de floresta nativa da Fazenda Ressacada.

Tabela 5. Resultados médios, por unidade amostral, obtidos no levantameteo realizado nos quatro padrões de vegetação identificados nas áreas com cobertura árbórea nativa da Fazenda Ressacada. NPFT/ UFSC, 2010.
Estrato 1
UA Número plantas/ ha DAP (cm) ALT. (m) AB(m²/ha)
1.1 6.400 6,8 5,8 30
1.2 4.900 7,6 6,4 33,8
2.1 7.700 5,5 5,8 25,6
3.1 6.300 7,9 6,9 32,5
4.1 7.300 5,9 6,8 24,6
14.1 4.400 6,6 6,8 20,9
MÉDIA 6.050 6,6 6,4 27,7
S   0,9 0,5 5,3
E (%)   23,7 18,5 28,3
Estrato 2
UA Número plantas/ ha DAP (cm) ALT. (m) AB(m²/ha)
5.1 7.600s 7,6 6,8 42,1
5.2 7.200 6,3 7,3 27,3
5.3 4.900 7,6 8,4 34,7
MEDIA 6.567 7,2 7,5 34,7
S   0,8 0,8 7,4
E (%)   27,4 27,8 38,8
Estrato 3
UA Número plantas/ ha DAP (cm) ALT. (m) AB(m²/ha)
6.1 2.300 9,9 6,7 20,9
6.2 2.300 11 6,1 31,3
6.3 3.900 8,5 9 37,5
6.4 1.800 8,1 6,8 13,5
6.5 1.200 8,8 5,2 11,9
6.6 5.600 6,9 7,4 28
MÉDIA 2.850 8,9 6,9 23,8
S   1,4 1,3 10,2
E (%)   26 28,3 42,6

 

Estrato 4
UA Número plantas/ ha DAP (cm) ALT. (m) AB(m²/ha)
8.1 1.100 13,7 9 20,4
8.2 1.100 17 8,5 15,1
8.3 1.900 12,4 8,9 33,2
9.1 1.300 13,9 5,9 56,3
10.1 1.000 17,5 7,3 44,1
10.2 4.100 12,1 6,3 31,1
11.1 1.000 17,4 8,4 27,3
12.1 1.900 13,1 7,4 34,3
MÉDIA 1.675 14,6 7,7 32,7
S   2,3 1,2 13
E (%)   24,6 24,1 39,2

S – desvio padrão; E – erro amostral

 

6. Considerações Finais e Recomendações

Os fragmentos de vegetação remanescente da Fazenda Ressacada apresentam fitofisionomia caracterísitica de vegetação de Floresta Ombrófila Densa Aluvial (Planície Quaternária) alterada pela ação antrópica.

Todos os estratos estabelecidos podem ser enquadrados como Estádio Avançado de Regeneeração Natural, de acordo com a Resolução 04/ CONAMA/ 1994. Desta forma, nenhuma supressão de vegetação pode ser realizada em nenhum dos remanescentes de floresta nativa da Fazenda Ressacada.

O enquadramento dos remanescentes florestais da Fazenda Ressacada em Estádio Avançado de Regeneração também implicam em que as ações prioritárias nestas áreas devem estar associadas à restauração da vegetação nativa e pesquisas.

Além disso, no polígono formado entre os estratos 1, 2, 3 e a divisa sudeste da Fazenda Ressacada, há uma extensa área com vegetação característica de banhado que deve ser enquadrada completmente com Área de Preservação Permanente (Conforme a Lei 4771/ 1965 – Código Florestal Brasileiro) e, portanto, nenhuma prática que implique alteração da vegetação deve ser realizada nesta área.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira: Série Manuais Técnicos em Geociências no 1. Rio de Janeiro, 1992.

KLEIN, R.M. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. Herbário “Barbosa Rodrigues”, Itajaí-SC. Universidade Federal de Santa Catarina-Florianópolis-SC. 22p, 1978.

REIS, A. A vegetação original do estado de Santa Catarina. In: REIS, A.; REIS, M.S.;

QUEIROZ, M.H.; MANTOVANI, A.; ANJOS,A. Caracterização de estádios sucessionais na vegetação Catarinense. (curso). Universidade Federal de Santa Catarina, CCA/CCB. UFSC, 1995.86p.

SANTOS, Humberto Gonçalves dos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Embrapa, Centro Nnacional de Pesquisa de Solos.  2. ed. Brasilia: EMBRAPA solos, 2006. 306p.

.
Equipe de trabalho
Coordenação:

Prof. Dr. Maurício Sedrez dos Reis

Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais – NPFT

Departamento de Fitotecnia/ Universidade Federal de Santa Catarina

.

Eng. Florestal Alex Zecchini (NPFT/UFSC)

Eng. Florestal Felipe Steiner (NPFT/UFSC)

Acadêmica Beatriz Bez Birolo (NPFT/UFSC)

Acadêmico Caio Dáros Fernandes (NPFT/ UFSC)

Acadêmico Douglas Loch Santos da Silva (NPFT/UFSC)

Acadêmico Fernando André Loch Santos da Silva (NPFT/UFSC)

Acadêmico Fernando Vieira de Luca (NPFT/UFSC)

Acadêmico Georg Altrak (NPFT/UFSC)

Acadêmica Ivone de Bem Oliveira (NPFT/UFSC)

Acadêmico Luiz Guilherme Ugioni (NPFT/UFSC)

Acadêmica Roberta Inácia Duarte (NPFT/UFSC)

Acadêmico Tiago Montagna (NPFT/UFSC)

.

Determinação Botânica

Prof. Dr. Ademir Reis (Herbário Barbosa Rodrigues/ Dpto Botânica UFSC)

Biólogo Lucas Milanesi (NPFT UFSC)

………………………………………………………………

B. Levantamento da Cobertura Vegetal Nativa do Campus Sul da Ilha da UFSC, junto à Fazenda Experimental da Ressacada (CCA/UFSC)

Original completo aqui.

Florianópolis, Julho de 2012.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais

Equipe de trabalho
Coordenação:
Dr. Juliano Zago da Silva Prof. Dr. Maurício Sedrez dos Reis
Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais – NPFT
Departamento de Fitotecnia/ Universidade Federal de Santa Catarina
Eng. Florestal Alex Zecchini (NPFT/UFSC)
Eng. Florestal Felipe Steiner (NPFT/UFSC)
Eng. FLorestal Giovani Festa Paludo (NPFT/UFSC)
Eng. Agrônomo Tiago Montagna (NPFT/UFSC)
Eng. Agrônoma Roberta Duarte (NPFT/UFSC)
Eng. Agrônoma Andrea Mattos (NPFT/UFSC)
Biologa Caroline Cristofolini (NPFT/UFSC)
Biologo Glauco Schussler (NPFT/UFSC)
Biologa Samanta Filippon (NPFT/UFSC)
Acadêmico Douglas Loch Santos da Silva (NPFT/UFSC)
Acadêmico Luiz Guilherme Ugioni (NPFT/UFSC)
Acadêmico Luiz Miguel Nunes dos Santos (NPFT/UFSC)
Determinação Botânica
Prof. Dr. Ademir Reis (Herbário Barbosa Rodrigues/ Dpto Botânica UFSC)

1. INTRODUÇÃO
O antigo Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CEFA) da Celesc, hoje denominado Campus Sul da Ilha – UFSC, encontra-se localizado no Sul da Ilha de Santa Catarina, no bairro Tapera com base nas coordenadas geográficas 27º 41’06.28” S e 48º32’ 38.81” O. É uma área pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, doada pelo governo do Estado, sendo prevista sua utilização para fins didáticos e experimentais.
Segundo a classificação climática de Köeppen, o Campus Sul da Ilha situa-se numa sub-região de clima sub-tropical constantemente úmido, sem estação seca, com verão quente
. A precipitação normal varia de 1270 a 1600 mm anuais. A média anual da umidade relativa do ar varia em torno de 82%, com insolação total anual de 2021 a 2166 horas. Geadas são raras e as horas de frio abaixo ou iguais a 7,2 são insuficientes para exploração econômica das principais variedades de frutíferas de clima temperado (EPAGRI, 2006).
Geologicamente o Campus Sul da Ilha se encontra em área formada por processos de sedimentação, sendo os solos classificados como Neossolo Quartzarênico Hidromórfico Típico de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SANTOS, 2006).
Na descrição da cobertura original do estado catarinense, realizada por Klein (1978), a formação florestal característica desta região é a Floresta Tropical Atlântica.
Ao longo da encosta atlântica, bem como nas planícies quaternárias, que confinam com a vegetação litorânea, encontramos uma formação vegetal mais exuberante, mais complexa, formada por diversos agrupamentos distintos, quanto à sua composição, estrutura e, sobretudo quanto ao aspecto fitofisionômico. Pela classificação oficial do IBGE e de acordo com a Lei 11428/ 2006, a Ilha de Santa Catarina está completamente no âmbito do Bioma Mata Atlântica e a formação florestal em toda Ilha é a Floresta Ombrófila Densa. É neste contexto que se localiza a presente área de estudo, com presença de planícies quaternárias que são cobertas por um tipo bem característico de mata, bastante uniforme quanto a sua composição, bem como quanto ao seu aspecto fisionômico, descritos em Klein (1978).
Assim, segundo a lei 11.428/2006 e resolução 04/CONAMA/94 (convalidada pela Resolução 388/ CONAMA/ 2007), as áreas de cobertura com remanescentes de Mata Atlântica em estágio sucessional médio e avançada não podem ser suprimidas.
Além disso, ás áreas de banhado e margens de cursos d’água devem permanecer como áreas de preservação permanente (Lei 4771/ 1965 – Código Florestal).

Adicionalmente, toda propriedade deve conter 20% de sua área com cobertura vegetal nativa a título de reserva legal (Lei 4771/ 1965).
Neste sentido, este relatório visa apresentar os resultados do levantamento da cobertura vegetal, em termos de padrões vegetacionais e estágios sucessionais. Tais resultados objetivam dar suporte ao plano diretor da Fazenda Ressacada, no sentido de estabelecer finalidades e prioridades de ação para as diferentes áreas do Campus Sul da Ilha, considerando principalmente os fins didáticos pedagógicos e de realização de trabalhos de pesquisas e extensão na área.


2. OBJETIVOS
1. Identificação das áreas com cobertura vegetacional arbórea nativa;
2. Identificação das áreas com cobertura vegetacional arbórea exótica;
3. Estabelecer os padrões de vegetação e definir os estádios sucessionais com
base na legislação vigente (Resolução 04/ CONAMA/ 1994, com validade para
Resolução 388/CONAMA/ 2007);
4. Identificar as principais espécies nos diferentes padrões de vegetação
identificados;
5. Indicar as ações legais e prioridades decorrentes dos resultados obtidos


3. CARACTERÍSTICAS DA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

(Vide acima)


4. MATERIAL E MÉTODOS
Inicialmente, considerando o croqui fornecido pela equipe técnica da Fazenda Experimental da Ressacada, a disposição da cobertura florestal nativa e exótica foi previamente identificada.
A partir desta identificação foi realizado um caminhamento por todas estas áreas com o intuito de realizar uma estratificação. Por meio deste caminhamento foi possível estabelecer padrões de vegetação aparente com as mesmas referências para todos os membros da equipe.
Após a definição dos estratos (padrões vegetacionais), foi feito o reconhecimento de todas as áreas dentro do Campus Sul da Ilha que continham fragmentos de vegetação nativa e exótica, procurando-se checar
in loco as informações contidas no mapeamento da cobertura vegetal realizado anteriormente e definir as áreas prioritárias para realização do inventário com o objetivo de caracterização dos padrões de vegetação nativa e exótica, além de seus estágios sucessionais.
Para caracterização estrutural e florística dos estratos estabelecidos (inventário) utilizou-se o levantamento através da alocação de parcelas de 10 x 10 m, totalizando 100 m² cada parcela. O tamanho das parcelas foi definido em função do tamanho reduzido de vários fragmentos e da alta densidade aparente de indivíduos em vários estratos. As parcelas foram distribuídas de forma a obter uma maior representatividade nos diferentes padrões de vegetação pré-estabelecidos. O número de parcelas nos diferentes padrões pode ser verificado na Tabela 1.


Tabela 1. Número de parcelas e área ocupada nos diferentes estratos de vegetação
identificados no
Campus Sul da Ilha. NPFT/UFSC, 2012.

Área Método Área
Estrato (ha) Descrição Estimativa Amostrada (m2)
1 2,40 Reflorestamento 3 parcelas 300
2 0,48 Reflorestamento 2 parcelas 200
3 2,58 Floresta Nativa 3 parcelas 300
4 0,43 Reflorestamento censo
5 1,11 Floresta Nativa 3 parcelas 300
6 0,97 Reflorestamento censo
9 12,54 Entre Construções censo
10 2,55 Floresta Nativa 3 parcelas 300
12 0,42 Reflorestamento censo
13 0,45 Reflorestamento 2 parcelas 200
14 5,26 Reflorestamento 3 parcelas 300
17 0,31 Reflorestamento censo
18 0,64 Reflorestamento censo
20 0,67 Floresta Nativa 2 parcelas 200

O levantamento foi realizado individualmente em cada estrato pré-estabelecido, caracterizando-se a altura, o DAP (diâmetro a 1,3 m) e a identificação taxonômica de todos os indivíduos que possuíam DAP ≥ 3cm. A mensuração do diâmetro foi feita com o auxilio de paquímetro florestal e as alturas foram obtidas com o auxílio de régua e Trena Laser D8 da marca LEICA.
Para identificação taxonômica foram coletadas exsicatas (na maioria dos casos de material estéril) e enviadas ao Prof. Ademir Reis para identificação. Parte das determinações foram realizadas pela equipe executora do inventário.
Após os levantamentos, foram definidos os estádios sucessionais em cada um dos estratos, bem como realizada a caracterização dos padrões de vegetação em cada um destes, a partir da composição florística, densidade e uniformidade.
Os estádios sucessionais foram definidos com base no previsto na Resolução 04/CONAMA/ 1994 em termos de DAP média, altura média e área basal em cada situação, conforme Tabela 2.


Tabela 2.
Parâmetros quantitativos para classificação dos estádios sucessionais da vegetação
nativa em Santa Catarina, conforme a Resolução 04/ 94/ CONAMA.

Estádio sucessional DAP
médio (cm)
Altura
média (m)
Área Basal
(m
2/ha)
Inicial até 8 até 4 até 8
Médio até 15 até 12 até 15
Avançado até 25 até 20 até 20

Para os reflorestamentos presentes na área do Campus Sul da Ilha, além da quantificação das plantas e do levantamento do DAP e da altura, realizou-se também a estimativa do volume de madeira contido em cada área. Nestas estimativas utilizouse como fator de forma o valor de 0,5 para corrigir o volume de madeira, devido ao formato cônico das plantas. A formula utilizada para o cálculo do volume foi a seguinte:
Volume= (3,1416 * DAP
2)/40000 * 0,5 * altura. Não foi utilizado o fator de casca para corrigir o volume.
5. RESULTADOS
5.1. Identificação da disposição da cobertura florestal nativa e exótica
Com o caminhamento e avaliação da cobertura florestal presente na área do Campus Sul da Ilha e com o uso de imagens de satélite (Figura 1), foi possível a construção do croqui apresentado na Figura 2.
Figura 1: Imagem de satélite com os limites da área do Campus Sul da Ilha e dos estratos que foram identificados (A, B e C imagens de 2003 e D, E e F, imagens de 2011).

Figura 1. Imagem de satélite com os limites da área do ex-CeFA – futuro Campus e dos estratos que foram identificados (A, B e C imagens de 2003 e D, E e F, imagens de 2011).

 

Figura 2. Identificação dos fragmentos a serem amostrados nos estratos (padrões) de vegetação. Os fragmentos foram separados por cor de acordo com sua composição florística.

 

 

5.1.1.Áreas sem cobertura florestal
As áreas que não apresentaram cobertura florestal estão representadas no croqui com os números: “7, 8 e 15” (Figura 2). A área identificada como “7” representa o espaço ocupado atualmente por pastagens. A área 15, refere-se a residências que foram construídas irregularmente dentro das dependências do antigo CEFA, hoje Campus Sul da Ilha, como produto de invasão. Já a área “8”, refere-se a uma antiga estação elétrica utilizada pela CELESC como estrutura de treinamento de seu pessoal.

5.1.2.Áreas compostas por cobertura florestal exótica 
As áreas identificadas na Figura 2, como: “1, 4, 13, 14, 17 e 18” referem-se a reflorestamentos com Pinus sp. em vários estágios de desenvolvimento. E as áreas identificadas como “2, 6 e 12” a reflorestamentos compostos por Ecalyptus sp. (Figura 2). Os valores médios de DAP e altura, bem como, do volume de madeira estimado para cada área são apresentados na Tabela 3.
A área identificada como “3” (Figura 2), refere-se a um antigo reflorestamento de 
Pinus sp., o qual foi cortado no ano de 2003 como indicam as Figuras 1A) e D). Sua composição atual é de uma mistura de regenerantes nativos e exóticos (Pinus sp.).
A área identificada como “5”, possui docel predominante composto por
Pinus sp., e juntamente com a área “4”, parecem ser árvores remanescentes do reflorestamento que foi cortado em 2003 na área identificada como “3” (Figura 2) . Entretanto a área “5”, apresenta regeneração de espécies nativas em seu sub-bosque, as quais serão descritas e classificadas na sequência.


Tabela 3: Valores médios de altura e DAP, e volume estimado de madeira para as áreas que apresentaram cobertura florestal composta por espécies exóticas.

Área DAP Altura Volume Volume Volume Núm. Método
Estrato (ha) Médio
(cm)
Média
(m)
médio(m3) Mínimo Máximo Plantas Espécie Estimativa
2 0,48 30,7 19,3 485,14 367,30 602,97 462 eucalipto 2 parcelas
6 0,97 35,8 22,7 498,26 356,04 640,48 245 eucalipto censo
12 0,42 33,7 15 68,76 55,17 82,35 84 eucalipto censo
Total 1,87 33,4 19 1052,16 778,51 1325,81 791
1 2,4 7 7,2 258,76 128,64 388,88 9680 pinus 3 parcelas
3 2,58 7,6 5,8 32,63 15,98 49,28 2924 pinus 3 parcelas
4 0,43 29,7 28 88,05 76,64 99,45 76 pinus censo
5 1,11 27,8 25 58,33 47,20 69,45 60 pinus censo
6 0,97 32,1 26,3 90,12 77,87 102,38 69 pinus censo
13 0,45 22,3 18,6 463,84 369,93 557,75 985 pinus 2 parcelas
14 5,26 14,8 8,2 791,06 325,36 1256,75 8065 pinus 3 parcelas
17 0,31 31,4 16 97,14 88,32 105,96 134 pinus censo
18 0,64 22,9 16 76,01 69,10 82,92 187 pinus censo
Total 13,75 21,7 16,8 1955,92 1199,04 2712,81 22181

5.1.3.Áreas compostas por cobertura florestal nativa
A área identificada na Figura 2 como “16”, compõe-se de um manguezal e, portanto, de preservação permanente (Conforme a Lei 4771/ 1965 – Código Florestal Brasileiro), neste sentido, nenhuma prática que implique alteração da vegetação deve ser realizada. Sua composição de espécies não foi avaliada.
A maior área, identificada como “9”, refere-se ao espaço ocupado pela estrutura física do Campus Sul da Ilha, composto principalmente por edificações de diversos fins e estradas que as comunicam. A composição da vegetação nesta área é mista entre espécies exóticas e nativas, resultado de plantios em diferentes momentos de espécies de interesse paisagístico e ornamental. Nesta área todas as plantas foram marcadas com etiquetas de alumínio e georeferenciadas para facilitar seu manejo futuro, já que muitas oferecem risco as construções e possivelmente serão removidas.
As áreas indicadas na Figura 2 como: “10 e 20” referem-se a estratos florestais principalmente compostos por vegetação nativa. A área indicada como “20” é em termos de estrutura e composição de espécies, o melhor estrato de vegetação nativa presente na área do Campus Sul da Ilha, principalmente se forem consideradas as espécies não madeireiras que não foram avaliadas por este trabalho, como orquídeas e bromélias, que estão presentes nesta área.
As áreas indicadas como “3 e 5” apresentam composição mista entre nativas e exóticas, possivelmente resultado da regeneração natural de ambas, porém, com grande influência do plantio de
Pinus sp. cortado em 2003, que estava implantado na área “3”.

5.2.Caracterização florística das áreas compostas por florestas nativas e exóticas
Ao todo, foram identificadas 94 espécies distribuídas em 33 diferentes famílias botânicas na área do Campus Sul da Ilha (Tabela 4). Em relação à ocorrência das famílias botânicas nos diferentes estratos (Tabela 5), observou-se a maior frequência das famílias Pinaceae e Mirtaceae, refletindo a predominância dos reflorestamentos realizados na área, com as espécies de Pinus sp. e Eucalyptus sp.. Na sequência em ordem de maior frequência e refletindo melhor a ocupação por parte das espécies nativas, destacam-se as famílias: Melastomataceae, Lauraceae e Euphorbiaceae, presentes em 50% da área composta por floresta, e as famílias: Myrsinaceae, Fabacea e Clusiaceae, presentes em 36% da área (Tabela 5).

Tabela 4. Famílias e espécies, por família e por estrato, inventariadas na área do Campus Sul da Ilha.

Número de Espécies por Família e Área
Famílias Espécies 1 2 3 4 5 6 9 10 12 13 14 17 18 20
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius x x
*Mangifera indica x
Spondias purpurea x
Annonaceae Annona sp. x
Annona squamosa x
Aquifoliaceae Ilex theezans x x
Ilex dumosa x
Ilex pseudobuxus x
Araucariaceae Araucaria angustifolia x
*Araucaria columnaris x
Arecaceae *Livistona chinensis x
*Archont. cunninghamiana x
Butia sp. x
Cocos nucifera x
*Dypsis lutescens x
Euterpe edulis x
Syagrus romanzoffiana x x
Asteraceae Vernonanthura sp. x x
Bignoniaceae Bignoniaceae cf x
Handroanthus heptaphyllus x
*Jacaranda mimosifolia x
Bombacaceae Pseudobombax grandiflorum x
Casuarinaceae *Casuarina sp x
Clusiaceae Clusia criuva x x x x
Calophyllum brasiliense x
Combretaceae *Terminalia catappa x
Cupressaceae *Cupressus sp. x
Cyatheaceae Alsophila setosa x x
Ebenaceae *Diospyros kaki x
Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum x
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia x x x x x
Alchornea sp. x x x x
Sebastiania sp. x x
*Vernicia sp. x

 

Fabaceae Ormosia arborea x
Mimosa bimucronata x x x
Clitoria fairchildiana x
*Delonix regia x
Inga sp. x x
Bauhinia sp. x
*Cassia fistula x
Erythrina speciosa x
Hymenaea courbaril x
Lonchocarpus campestris x
Schizolobium parahyba x
Senna macranthera x
Senna multijuga x
*Tipuana tipo x
Flacourtiaceae Casearia decandra x
Lauraceae Ocotea pulchella x x x x
Nectandra sp. x x
Morfoespécie 1 x x
*Cinnamomum zeylanicum x
*Persea americana x
Litraceae Litraceae cf x
Malvaceae Ceiba speciosa x
*Hibiscus sp. x
Melastomataceae Miconia ligustroides x x x x x
Tibouchina pulchra x x
Miconia sp. x
Miconia cinnamomifolia x
Miconia pusilliflora x
Meliaceae Cedrela fissilis x
*Melia azedarach x
Moraceae *Ficus benjamina x
Ficus sp. x
Morus sp. x
Myrsinaceae Myrsine sp1. x x x x x

 

Myrtaceae Psidium cattleianum x x x x x
Eugenia umbelliflora x
Myrcia splendens x x
*Syzygium cumini x x
Eugenia stigmatosa x
Myrcia palustris x
*Eucalyptus urophylla x
*Eucalyptus sp. x x x x
Psidium guajava x
*Eucalyptus grandis x x
Eugenia brasiliensis x
Eugenia candolleana x
Eugenia uniflora x x
Malpighia glabra x
Myrciaria cauliflora x
Plinia edulis x
*Eucalyptus viminalis x
Peraceae Pera glabrata x x x x
Pinaceae *Pinus sp. x x x x x x x x x x
Proteaceae *Grevillea robusta x
Rhamnaceae *Hovenia dulcis x
Rosaceae *Eriobotrya japonica x
Sapindaceae Cupania vernalis x
Matayba elaegnoides x
Verbenaceae Citharexylum myrianthum x
*Duranta repens aurea x
Total = 33 94 8 1 12 1 15 6 75 12 2 1 4 1 1 11

*Espécies exóticas.

Analisando especificadamente cada estrato, observou-se que houve uma maior diversificação de famílias e espécies no estrato “9”, com 29 famílias e 75 espécies (Tabela 5), o que reflete bem o uso dado a esta área, onde se inserem as edificações e predominam espécies de uso predominantemente paisagístico e ornamental. A Tabela 6 apresenta as espécies encontradas na área “9” organizadas por famílias botânicas, bem como, o número de plantas e sua classificação se nativa ou exótica.
Tabela 5. Número de espécies por família e estrato e frequência das famílias na área do Campus Sul da Ilha.

Número de Espécies por Família e Área Total Frequência
Família 1 2 3 4 5 6 9 10 12 13 14 17 18 20 Área da Família
Anacardiaceae 3 1 3 14
Annonaceae 2 2 7
Aquifoliaceae 1 2 1 3 21
Araucariaceae 2 2 7
Arecaceae 1 7 7 14
Asteraceae 1 1 1 14
Bignoniaceae 3 3 7
Bombacaceae 1 1 7
*Casuarinaceae 1 1 7
Clusiaceae 1 1 1 1 1 2 36
*Combretaceae 1 1 7
*Cupressaceae 1 1 7
Cyatheaceae 1 1 1 14
*Ebenaceae 1 1 7
Erythroxylaceae 1 1 7
Euphorbiaceae 1 1 1 4 1 2 2 4 50
Fabaceae 1 1 1 13 1 14 36
Flacourtiaceae 1 1 7
Lauraceae 1 1 3 1 2 1 1 5 50
Litraceae 1 1 7
Malvaceae 2 2 7
Melastomataceae 1 1 1 3 2 1 1 4 50
Meliaceae 2 2 7
Moraceae 3 3 7
Myrsinaceae 1 1 1 1 1 1 36
Myrtaceae 2 1 2 3 1 12 3 2 2 18 64
Peraceae 1 1 1 1 1 29
*Pinaceae 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 71
*Proteaceae 1 1 7
*Rhamnaceae 1 1 7
*Rosaceae 1 1 7
Sapindaceae 1 1 2 14
Verbenaceae 2 2 7
Total Espécies 8 1 12 1 15 6 75 12 2 1 4 1 1 11 94
Total Famílias 7 1 10 1 11 6 29 9 1 1 3 1 1 9 33

*Famílias que apresentaram somente espécies exóticas

Tabela 6: Espécies encontradas na área entre construções (“9”) organizadas por famílias botânicas, número de plantas e sua classificação se nativa ou exótica.

Família Número Exótica (E) Nome
Botânica Espécie Plantas Nativa (N) Popular
Anacardiaceae Mangifera indica 15 E Manga
Schinus terebinthifolius 20 N Aroeira
Spondias purpurea 1 N Seriguela
Annonaceae Annona sp. 10 N Fruta do Conde
Annona squamosa 1 N Fruta do Conde
Araucariaceae Araucaria angustifolia 6 N Araucária
Araucaria columnaris 3 E Pinheiro
Arecaceae Archontophoenix cunninghamiana 15 E Palmeira-real
Livistona chinensis 30 E Plameira leque
Butia sp. 1 N Butiá
Cocos nucifera 5 N Coqueiro
Dypsis lutescens 5 E Areca-bambu
Euterpe edulis 3 N Palmiteiro
Syagrus romanzoffiana 6 N Geriva
Bignoniaceae Bignoniaceae cf 2
Handroanthus heptaphyllus 7 N Ipê-roxo
Jacaranda mimosifolia 2 E Jacarandá
Bombacaceae Pseudobombax grandiflorum 4 N Embiruçu
Casuarinaceae Casuarina sp 3 E Pinheiro
Clusiaceae Calophyllum brasiliense 3 N Guanandi
Combretaceae Terminalia catappa 17 E Amendoeira
Cupressaceae Cupressus sp. 190 E Cipreste
Ebenaceae Diospyros kaki 3 E Caqui
Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum 3 N Cocão
Euphorbiaceae Alchornea sp. 1 N Tanheiro
Alchornea triplinervia 3 N Tanheiro
Sebastiania sp. 1 Leiteirinha
Vernicia sp. 3 E Tung
Fabaceae Bauhinia sp. 1 N Pata-de-vaca
Cassia fistula 3 E Chuva-de-ouro
Clitoria fairchildiana 13 N Sombreiro
Delonix regia 25 E Flamboyant
Erythrina speciosa 2 N Corticeira
Hymenaea courbaril 1 N Jatobá
Inga sp. 17 Ingazeiro
Lonchocarpus campestris 1 N Rabo de bugio
Mimosa bimucronata 3 N Maricá
Schizolobium parahyba 6 N Guapuruvú
Senna macranthera 3 N Fedegoso
Senna multijuga 1 N Pau-cigarra
Tipuana tipo 5 E Tipuana

 

Lauraceae Cinnamomum zeylanicum 1 E Caneleira
Persea americana 2 E Abacate
Litraceae Litraceae cf 1
Malvaceae Ceiba speciosa 2 N Paineira
Hibiscus sp. 1 E Hibisco
Melastomataceae Miconia cinnamomifolia 1 N Jacatirão-açú
Miconia ligustroides 6 N Jacatirão
Tibouchina pulchra 1 N Manacá-da-serra
Meliaceae Cedrela fissilis 2 N Cedro
Melia azedarach 7 E Cinamomo
Moraceae Ficus benjamina 25 E Figueira
Ficus sp. 7 N Figueira
Morus sp. 3 Amoreira
Myrsinaceae Myrsine sp1. 17 N Capororoca
Myrtaceae Eucalyptus grandis 17 E Eucalipto
Eucalyptus sp. 71 E Eucalipto
Eucalyptus urophylla 9 E Eucalipto
Eugenia brasiliensis 17 N Grumixama
Eugenia candolleana 1 N Cambuí
Eugenia uniflora 7 N Pitanga
Malpighia glabra 1 N Acerola
Myrciaria cauliflora 1 N Jabuticaba
Plinia edulis 1 N Cambucá
Psidium cattleianum 38 N Araçá
Psidium guajava 28 N Goiabeira
Syzygium cumini 13 E Jambolão
Peraceae Pera glabrata 4 N Seca-ligeiro
Pinaceae Pinus sp. 87 E Pinus
Proteaceae Grevillea robusta 5 E Grevílea
Rhamnaceae Hovenia dulcis 4 E Uva do Japão
Rosaceae Eriobotrya japonica 8 E Nespereira
Sapindaceae Matayba elaegnoides 1 N Camboatá-branco
Verbenaceae Citharexylum myrianthum 2 N Tucaneiro
Duranta repens aurea 1 E Pingo de ouro
Total: 29 75 836

Nos estratos compostos por vegetação nativa: “3, 5, 10 e 20” a avaliação da composição florística excluiu a participação das espécies exóticas, com a finalidade de possibilitar uma melhor comparação entre os estratos quanto a qualidade de sua composição botânica, os resultados são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7: Número de indivíduos por espécie e Família botânica, nos estratos avaliados com floresta nativa.

Estratos
Famílias Espécies 3 5 10 20 Frequência
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius 50 25
Aquifoliaceae Ilex theezans 33 50 50
Ilex dumosa 33 25
Asteraceae Vernonanthura sp. 33 33 50
Clusiaceae Clusia criuva 33 33 50 75
Cyatheaceae Alsophila setosa 367 200 50
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia 133 167 700 75
Alchornea sp. 333 50 50
Fabaceae Ormosia arborea 33 25
Mimosa bimucronata 33 33 50
Lauraceae Ocotea pulchella 233 100 650 75
Nectandra sp. 167 267 50
Ocotea sp1. 67 25
Melastomataceae Miconia ligustroides 133 700 450 75
Tibouchina pulchra 233 25
Miconia pusilliflora 67 25
Myrsinaceae Myrsine sp1. 33 33 167 450 100
Myrtaceae Psidium cattleianum 167 67 33 200 100
Eugenia umbelliflora 100 25
Myrcia splendens 33 67 50
Syzygium cumini 167 25
Eugenia stigmatosa 33 25
Myrcia palustris 33 25
Peraceae Pera glabrata 200 67 600 75
Sapindaceae Cupania vernalis 33 25
Total = 13 25 11 14 12 11
Perc. de espécies* 44 56 48 44

*Percentual de espécies no estrato em relação ao total de espécies encontradas no conjunto de estratos (25).

Nos estratos compostos por floresta nativa foram encontradas 25 espécies dispostas em 13 famílias botânicas (Tabela 7). As famílias botânicas foram as mesmas em todos os estratos, porém as espécies variaram bastante; em média cada estrato comportou apenas 48% do total de espécies. O estrato com maior diversidade de espécies foi o “5”, com 56% do total.
Nos estratos compostos por mata nativa as espécies mais frequentes foram:
Psidium cattleianum; Myrsine sp1.; Clusia criuva; Alchornea triplinervia; Ocotea pulchella; Miconia ligustroides e Pera glabrata (Tabela 7).
No estrato “3”, as cinco espécies predominantes foram: Ocotea pulchella; Tibouchina pulchra; Pera glabrata; Psidium cattleianum e Alchornea triplinervia. No estrato “5”, foram: Alsophila setosa; Alchornea sp.; Nectandra sp.; Ocotea pulchella e Ocotea sp1.; Psidium cattleianum e Pera glabrata. No estrato “10”: Miconia ligustroides; Alsophila setosa; Alchornea triplinervia; Myrsine sp1. e Syzygium cumini.
Já no estrato “20”, foram: Alchornea triplinervia; Ocotea pulchella; Pera glabrata; Miconia ligustroides
e Myrsine sp1. (Tabela 7).
A comparação com as características descritas na literatura para vegetação das planícies quaternárias (Klein 1978), indica que em todos os estratos com cobertura florestal nativa (3, 5, 10 e 20) houve ação antrópica intensa, possivelmente corte raso e certamente extração seletiva de madeira.

5.3.Caracterização Estrutural e Estádios Sucessionais
Estrato 3:
o DAP médio foi de 3,83 cm, a média de altura foi de 3,63 m e a área basal foi de 1,47 m²/ha (Tabela 8). Foram encontrados 1.166 indivíduos por hectare. Os valores apresentados enquadram a área em Estádio Inicial de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94).
Estrato 5: o DAP médio foi de 9,38 cm, a média de altura foi de 4,94 m e a área basal foi de 15,41 m²/ha (Tabela 8). Foram encontrados 1.500 indivíduos por hectare. Os valores apresentados enquadram a área em Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94).
Estrato 10: o DAP médio foi de 7,21 cm, a média de altura foi de 4,52 m e a área basal foi de 8,45 m²/ha (Tabela 8). Foram encontrados 1.933 indivíduos por hectare.
Os valores apresentados enquadram a área em
Estádio Médio de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94).
Estrato 20: o DAP médio foi de 7,05 cm, a média de altura foi de 5,77 m e a área basal foi de 16,5 m²/ha (Tabela 8). Foram encontrados 3.350 indivíduos por hectare. O valor obtido para a altura média enquadra este estrato no estádio médio de regeneração, contudo o alto valor da área basal enquadra o estrato como Estádio Avançado de Regeneração (Resolução 04/ CONAMA/ 94).

Tabela 8: Caracterização Estrutural e Estádios Sucessionais para os estratos que apresentaram cobertura florestal com espécies nativas.

Parcela Plantas /ha Altura (m) DAP (cm) AB m²/ha
Estrato 3 (Estádio Inicial de Regeneração)
1 1000 3,02 3,95 1,36
2 1000 3,95 3,51 0,99
3 1500 3,93 4,04 2,07
Média 1167 3,63 3,83 1,47
S 289 0,53 0,28 0,55
E 167 0,31 0,16 0,32
CV% 24,7 14,64 7,38 37,26
Estrato 5 (Estádio Avançado de Regeneração)
1 2000 3,93 12,12 28,89
2 1200 5,92 8,27 8,54
3 1300 4,99 7,75 8,80
Média 1500 4,94 9,38 15,41
S 436 1,00 2,39 11,68
E 252 0,58 1,38 6,74
CV% 29,1 20,16 25,48 75,79
Estrato 10 (Estádio Médio de Regeneração)
1 1900 4,79 8,19 11,59
2 800 4,44 6,88 3,29
3 2600 4,33 6,58 10,47
Média 1767 4,52 7,21 8,45
S 907 0,24 0,86 4,50
E 524 0,14 0,49 2,60
CV% 51,4 5,35 11,87 53,27
Estrato 20 (Estádio Avançado de Regeneração)
1 3800 5,72 7,37 19,78
2 2900 5,83 6,73 13,23
Média 3350 5,78 7,05 16,50
S 636 0,07 0,45 4,63
E 450 0,05 0,32 3,27
CV% 19,0 1,27 6,42 28,06

S – desvio padrão.


6.Considerações Finais e Recomendações
1) Os fragmentos de vegetação remanescente da Fazenda Ressacada apresentam fitofisionomia característica de vegetação de Floresta Ombrófila Densa Aluvial (Planície Quaternária) alterada pela ação antrópica.
2) Quatro estratos apresentaram cobertura florestal com espécies nativas, e apenas um deles, o estrato “3”, caracterizou-se como inicial de acordo com a Resolução 04/CONAMA/ 1994, sendo possível sua supressão.
3) Os demais, “5, 10 e 20” caracterizaram-se entre estádios sucessionais médios e avançados, desta forma, nestes estratos a supressão de vegetação necessita de autorização especifica para ser realizada.
4) O enquadramento de remanescentes florestais da Fazenda Ressacada em
Estádio Avançado de Regeneração também implicam em que as ações prioritárias nestas áreas devem estar associadas à restauração da vegetação nativa e pesquisas.
5) A área apresenta ainda uma extensa área “16”, com vegetação característica de manguezal que deve ser enquadrada completamente com
Área de Preservação Permanente (Conforme a Lei 4771/ 1965 – Código Florestal Brasileiro) e, portanto, nenhuma prática que implique alteração da vegetação deve ser realizada nesta área.
6) Ações direcionadas a remoção dos reflorestamentos, sobretudo os compostos por 
Pinus sp. (estratos: 1, 4, 13, 14, 17 e 18) são altamente recomendadas, pois a espécie vem apresentando grande expansão sobre as áreas compostas por vegetação nativa, claramente visível pela comparação das imagens apresentadas para o período de 2003 a 2011, inclusive atingindo áreas vizinhas ao Campus Sul da Ilha.
7) Na área 9, onde se insere a estrutura física do Campus Sul da Ilha, existem espécies exóticas como pinus e eucaliptos que já atingiram grande porte, e por terem sido plantadas muito próximas as construções, oferecem grande risco de queda. Neste sentido, sugere-se que sejam suprimidas o quanto antes.


7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira: Série Manuais Técnicos em Geociências no 1. Rio de Janeiro, 1992.
KLEIN, R.M. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. Herbário “Barbosa Rodrigues”, Itajaí-SC. Universidade Federal de Santa Catarina-Florianópolis-SC. 22p, 1978.
REIS, A. A vegetação original do estado de Santa Catarina. In: REIS, A.; REIS, M.S.; QUEIROZ, M.H.; MANTOVANI, A.; ANJOS,A. Caracterização de estádios sucessionais na vegetação Catarinense. (curso). Universidade Federal de Santa Catarina, CCA/CCB. UFSC, 1995.86p.
SANTOS, Humberto Gonçalves dos.
Sistema brasileiro de classificação de solos.
Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2. ed. Brasilia: EMBRAPA solos, 2006. 306p

 

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C. Dados de levantamento de plantas forrageiras desenvolvido em 1998 por Gilmar Borsoi.

Original completo aqui.

Lista das espécies e outros componentes encontrados na pastagem
naturalizada da EE da Ressacada/UFSC. Florianópolis, SC. 1997
por Gilmar Borsoi.

NOME CIENTÍFICO – NOME COMUM
G R A M Í N E A S
Andropogon lateralis – capim-caninha
Avena strigosa – aveia-preta
Axonopus affinis – grama-tapete
Axonopus obtusifolius – grama-de-folha-larga
Brachiaria bryzanta – brizantão
Festuca arundinacea – festuca, capim-suiter
Ischaemum urvilleanum – grama-do-banhado
Lolium multiflorum – azevém-anual
Panicum miliacium
Panicum sabulorum – capim-boliviano
Paspalum pumilum – grama-baixa
Rytachne rottbellioides – capim-africano
Schizachyrium condensatum – capim-rabo-de-burro
Schizachyrium microstachyum – capim-colchão
Schizachyrium tenerum – capim-mimoso-da-vacaria
Setaria anceps cv. kazungula – capim-rabo-de-raposa; setária
— outras gramíneas nativas
L E G U M I N O S A S
Aeschynomene falcata – foicinha
Desmodium adscendens – pega-pega
Desmodium barbatum – pega-pega
Desmodium canum – pega-pega
Lotus corniculatus – cornichão
Trifolium pratense – trevo-vermelho
Trifolium repens – trevo-branco
Stylosanthes gracilis
OUTRAS PLANTAS COMUNS
Baccharis trimera – carqueja-de-folha-fina
Centella asiatica – orelha-de-ratão
Cyperus spp – ciperáceas, tiriricas
Eryngium sp – caraguatá
Tibouchina urvilliana – orelha-de-onça
— outras plantas

 

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D. Levantamento florístico de vegetação herbácea da área de bovinocultura: Florística e fitossociologia de um campo pastejado na Fazenda Experimental da Ressacada. Desenvolvido pelo Departamento de Botânica (CCB/UFSC). 2016.

Original completo aqui.

Florística

O inventário florístico apresentou um total de 91 espécies, agrupadas em 55 gêneros e em 23 famílias (Tab. 1). Um espécime foi identificado apenas em nível de gênero (Oxalis). As famílias com maior riqueza foram: Poaceae, Cyperaceae e Asteraceae, com 28, 15 e 13 espécies, respectivamente (Fig. 3). Verificou-se que 14 famílias estavam representadas por uma única espécie, enquanto outras sete variaram de duas a seis espécies. Boldrini et al. (2008), em uma área de Campos Litorâneos do RS, verificaram 183 espécies distribuídas em 54 famílias. Cyperaceae foi a família mais rica com 26 espécies, seguida por Poaceae com 20 e Asteraceae com 18, resultados esses próximos aos obtidos nesse trabalho. Isso sugere a importância dessas três famílias, principalmente de Cyperaceae, para essa formação vegetal. A grande riqueza de Cyperaceae é característica dos Campos Litorâneos, sendo que em outros tipos de campos essa família não é tão representativa (Boldrini 2009). Dentre as espécies presentes na área, destacam-se Desmodium adscendens e Ischaemum minus, plantas nativascom excelente qualidade forrageira (Boldrini et al. 2008), Mimosa bimucronata, planta lenhosa típica de áreas mal drenadas (Boldrini et al. 2008), e as espécies de Tibouchina, que apresentam porte arbustivo e/ou arborescente, com ampla distribuição no litoral (Boldrini et al. 2008). Não foi constatada a presença de espécies endêmicas, o que está provavelmente relacionado com a formação geológica bastante recente dessa vegetação (Boldrini 2008), além do fato dessa área ser antropizada. Assim como nenhuma das espécies é considerada ameaçada de extinção. Nesse estudo foram encontradas oito espécies exóticas, com destaque para Acroceras macrum Stapf, conhecida popularmente como capim-do-nilo, que se mostrou bastante frequente nos arredores da fazenda. Essa espécie é nativa do continente africano e foi introduzida no sul da América do Sul na década de 80 (Usandizaga et al. 2015), onde é cultivada como pastagem, sendo também utilizada para a produção de feno (Ornelas 2003). Outra espécie exótica importante na área é Hemarthria altissima, nativa da África e da Ásia (Van Den Heuvel & Veldkamp 2000), introduzida no Brasil também para cultivo como pastagem. Essas plantas têm sido muito cultivadas em função de terem boa produção de matéria seca, ótima tolerância ao encharcamento, boa tolerância ao pisoteio de animais, facilidade de multiplicação vegetativa, boa preferência pelos animais e menor exigência de manejo (Ornelas 2003).

Tabela 1. Composição florística de Campos Litorâneos localizados na Fazenda Experimental da Ressacada, Florianópolis, Santa Catarina.

Família Espécie Origem

Apiaceae Centella asiatica (L.) Urb. Nativa
Apiaceae Eryngium ebracteatum Lam. Nativa
Asteraceae Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Nativa
Asteraceae Ageratum conyzoides L. Nativa
Asteraceae Austroeupatorium inulaefolium (Kunth) R.M.King & H.Rob. Nativa
Asteraceae Baccharis crispa Spreng. Nativa
Asteraceae Baccharis vulneraria Baker Nativa
Asteraceae Bidens pilosa L. Nativa
Asteraceae Chromolaena laevigata (Lam.) R.M.King & H.Rob. Nativa
Asteraceae Emilia fosbergii Nicolson Nativa
Asteraceae Gamochaeta americana (Mill.) Wedd. Nativa
Asteraceae Gamochaeta simplicicaulis (Willd. ex Spreng.) Cabrera Nativa
Asteraceae Hypochaeris cf. lutea (Vell.) Britton Nativa
Asteraceae Praxelis pauciflora (Kunth) R.M.King & H.Rob. Nativa
Asteraceae Vernonia tweediana Baker Nativa
Commelinaceae Commelina diffusa Burm. Nativa
Convolvulaceae Ipomoea triloba L. Nativa
Cyperaceae Cyperus haspan L. Nativa
Cyperaceae Cyperus sphacelatus Rottb. Nativa
Cyperaceae Eleocharis maculosa (Vahl) Roem. & Schult. Nativa
Cyperaceae Eleocharis pauciglumis R. Trevis. & D.J. Rosen Nativa
Cyperaceae Fimbristylis complanata (Retz.) Link Nativa
Cyperaceae Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl Nativa
Cyperaceae Kyllinga brevifolia Rottb. Nativa
Cyperaceae Pycreus flavescens (L.) P. Beauv. ex Rchb. Exótica/cosmopolita
Cyperaceae Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. Nativa
Cyperaceae Rhynchospora barrosiana Guagl. Nativa
Cyperaceae Rhynchospora brittonii Gale Nativa
Cyperaceae Rhynchospora confinis (Nees) C.B. Clarke Nativa
Cyperaceae Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Heiter Nativa
Cyperaceae Rhynchospora tenuis Link Nativa
Cyperaceae Scleria distans Poir. Nativa
Euphorbiaceae Croton glandulosus L. Exótica/cosmopolita
Fabaceae Aeschynomene falcata (Poir.) DC. Nativa
Fabaceae Crotalaria lanceolata E. Mey. Exótica
Fabaceae Desmodium adscendens (Sw.) DC. Nativa
Fabaceae Desmodium barbatum (L.) Benth. Nativa
Fabaceae Desmodium incanum (Sw.) DC. Nativa
Fabaceae Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Nativa
Gentianaceae Schultezia australis Griseb. Nativa
Hypoxidaceae Hypoxis decumbens L. Nativa
Juncaceae Juncus marginatus Rostk. Nativa
Lamiaceae Hyptis brevipes Poit. Nativa
Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr. Nativa
Malvaceae Sida planicaulis Cav. Nativa
Malvaceae Sida rhombifolia L. Nativa
Melastomataceae Rhynchanthera brachyrhyncha Cham. Nativa
Melastomataceae Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn. Nativa
Melastomataceae Tibouchina urvilleana (DC.) Cogn. Nativa
Melastomataceae Tibouchina versicolor Cogn. Nativa
Ochnaceae Sauvagesia erecta L. Nativa
Onagraceae Ludwigia longifolia (DC.) H. Hara Nativa
Onagraceae Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven Nativa
Oxalidaceae Oxalis sp. Nativa Phyllanthaceae Phyllanthus niruri L. Nativa
Phyllanthaceae Phyllanthus urinaria L. Exótica
Plantaginaceae Achetaria ocymoides (Cham. & Schltdl.) Wettst. Nativa
Poaceae Acroceras macrum Stapf Exótica
Poaceae Andropogon bicornis L. Nativa
Poaceae Andropogon lateralis Nees Nativa
Poaceae Andropogon leucostachyus Kunth Nativa
Poaceae Andropogon virgatus Desv. Nativa
Poaceae Axonopus fissifolius (Raddi) Kuhlm. Nativa
Poaceae Axonopus jesuiticus (Araújo) Valls Nativa
Poaceae Axonopus obtusifolius (Raddi) Chase Nativa
Poaceae Calamagrostis viridiflavescens (Poir.) Steud. Nativa
Poaceae Dichanthelium sabulorum (Lam.) Gould & C.A. Clark Nativa
Poaceae Digitaria violascens Link Nativa
Poaceae Eragrostis bahiensis Schrad. ex Schult. Nativa
Poaceae Eragrostis tenuifolia (A. Rich.) Hochst. ex Steud. Exótica
Poaceae Gymnopogon grandiflorus Roseng., B.R. Arrill. & Izag. Nativa
Poaceae Hemarthria altissima (Poir.) Stapf & C.E. Hubb. Nativa
Poaceae Ischaemum minus J.Presl Nativa
Poaceae Otachyrium versicolor (Döll) Henrard Nativa
Poaceae Panicum aquaticum Poir. Nativa
Poaceae Paspalum conjugatum P.J.Bergius Nativa
Poaceae Paspalum hyalinum Nees ex Trin Nativa
Poaceae Paspalum urvillei Steud. Nativa
Poaceae Sacciolepis indica (L.) Chase Nativa
Poaceae Schizachyrium microstachyum (Desv. ex Ham.) Roseng., B.R. Arrill. & Izag. Nativa
Poaceae Setaria sphacelata (Schumach.) Stapf & C.E. Hubb. ex M.B. Moss Exótica
Poaceae Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen Nativa
Poaceae Sporobolus indicus (L.) R.Br. Nativa
Poaceae Steinchisma hians (Elliott) Nash Nativa
Poaceae Trichanthecium schwackeanum (Mez) Zuloaga & Morrone Nativa
Polygonaceae Polygonum persicaria L. Exótica/cosmopolita
Rubiaceae Borreria capitata (Ruiz & Pav.) DC. Nativa
Rubiaceae Diodia radula (Willd.) Cham. & Schltdl. Nativa
Rubiaceae Diodia saponariifolia (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Nativa
Rubiaceae Richardia brasiliensis Gomes Nativa Xyridaceae Xyris jupicai Rich. Nativa