Saiu na Mídia: Diário Catarinense, 20 de julho de 2012.
Vestibular. Sintonia com a vida moderna.
Agronomia
O campo de atuação do engenheiro agrônomo abrange desde a atuação em propriedades rurais à supervisão de alimentos
por GABRIELLE BITTELBRUN – 
Em tempos em que o campo e o meio ambiente invadem as conversas, a profissão do engenheiro agrônomo também ganha mais espaço.
A preservação ambiental e a alimentação saudável despontam como preocupações e são uma maneira de agregar valor ao que é produzido no país, como expõe a coordenadora do curso da Universidade Federal (UFSC), Rosete Pescador.
É o engenheiro agrônomo que trata das formas de cultura da soja, do arroz, do trigo e pode atuar nas produções vegetais e animais, além de ter capacitação para trabalhar na legislação de sementes e mudas e nas formas com que os alimentos são colhidos e armazenados.
– Os alimentos são cada vez mais rastreados, tem que ter um processo de informação sobre eles, e são esses critérios que poderão determinar a exportação dos produtos, como carne, leite, sementes – relata a professora.
O formado nesse curso está capacitado para comprovar que um alimento ou uma planta, que será encaminhado para exportação, respeitou as normas sanitárias de um país. O trabalho envolve ainda cuidados com o meio ambiente durante a produção. Uma maçã que não tenha agrotóxicos terá um sabor diferenciado, fará bem à saúde e evitará o despejo de substâncias poluentes no ambiente, por exemplo. Cada detalhe do cultivo pode ser observado por esse profissional.
– Todo o cuidado pode ser feito por ele, do número de aplicações de veneno à adubação – exemplifica a professora Rosete.
Por isso, pode ficar a cargo desse engenheiro o melhoramento de uvas para a produção de vinhos ou até o combate às pragas de uma plantação. O engenheiro agrônomo tem capacitação, inclusive, para trabalhar em pequenas propriedades rurais, na produção de leite e no gado de corte, ou na supervisão de alimentos de origem animal e vegetal nas indústrias.
Se focar em questão ambiental, ele pode atuar na recuperação de florestas ou em órgãos públicos e privados especializados.
Por ser uma engenharia, esse curso, que tem duração de cinco anos, além de biologia, bioquímica e ciência do solo, requer ainda disciplinas de matemática, informática e estatística. Essa formação possibilita até que o profissional trabalhe no desenvolvimento e comercialização de máquinas agrícolas, de colheita e irrigação.
Em função da variedade de atuações, o formado na área pode ser encontrado em vários ambientes diferentes. Mas o engenheiro agrônomo Otavio Maghelly não teve dúvidas em qual ambiente gostaria de trabalhar: as fazendas. Há quatro anos, ele administra plantações e criações de animais na Fazenda Experimental da Ressacada.
– Gosto de trabalhar ao ar livre – explica.
O professor do curso da UFSC Alberto Nagaoka ressalta uma das características mais valiosas desta profissão.
– É uma profissão em que se está lidando com natureza, com plantas, se está lidando com a vida – ressalta o professor.
É uma profissão em que se está lidando com natureza, com plantas, se está lidando com a vida. Alberto Nagaoka – Professor da UFSC
Trabalhar com produção de leite ou com gado é uma das possibilidades da profissão
Mercado de Trabalho
“Existe bastante possibilidade. Hoje o olhar para o meio ambiente, para a segurança alimentar, está bem mais atento, o que tem trazido mais empregos. Antes não tinha tanta preocupação. Acredito que vamos avançar nessa área de agroecologia, para realmente se produzir alimento de qualidade e que garanta a segurança alimentar, levando em consideração a diminuição de agroquímicos e agrotóxicos. Empresas de pesquisa e grandes empresas têm empregado bastante. Os profissionais também estão indo bastante para concursos públicos, para trabalhar em órgãos ambientais e de legislação”.
do que é preciso gostar
“Precisa ter afinidade com matemática, biologia. É isso que dá subsídio para a compreensão de tudo o que remete ao curso.”
o que é mais difícil
“Não existe nada difícil, basta focar no que quer, aproveitar as oportunidades. O mais difícil, talvez, seja a pessoa encontrar para que lado ela quer ir.”
salário
“Em torno de 3,5 salários mínimos, em média.”
Fonte: Rosete Pescador, coordenadora do curso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
